Crea-SP levará 15 propostas para Goiânia
Cerca de 300 profissionais das áreas de Engenharia, Agronomia e Geociências estiveram em Serra Negra, no último sábado (27/08), para o 11º Congresso Estadual de Profissionais (CEP). O encontro foi marcado pela escolha das 15 propostas que serão levadas ao 11º Congresso Nacional de Profissionais (CNP), que acontecerá entre 6 e 8 de outubro em Goiânia (GO), com o tema “Desenvolvimento nacional com implementação de políticas públicas para a Engenharia, a Agronomia e as Geociências”. Foram eleitos também os delegados que representarão São Paulo no encontro nacional.
“Temos buscado, diante de todos os eventos e todas as ações que promovemos no Crea-SP, trazer o protagonismo para a área tecnológica. Mas não há como fazermos isso sozinhos. Afinal, estamos falando de um ecossistema de mais de 350 mil profissionais e 90 mil empresas. Portanto, as contribuições de todos impactam na criação de soluções não só para as profissões, como para toda a sociedade”, argumentou a vice-presidente no exercício da Presidência do Conselho, Eng. Lígia Marta Mackey.
Ao todo, foram recebidas mais de 100 propostas nas etapas regionais de Mogi das Cruzes, Ourinhos, Catanduva, Piracicaba, Campinas e Araçatuba, promovidas pelo Crea-SP ao longo dos últimos meses. Dessas, 29 foram publicadas em um Caderno de Propostas sistematizado pela Comissão Organizadora Regional (COR).
Durante o CEP, os participantes então puderam avaliar as 29 indicações. Cada profissional tinha direito a escolher cinco propostas em cada um dos três eixos temáticos (inovação tecnológica, infraestrutura e atuação profissional), chegando às 15 escolhas por votação on-line:
Eixo 1 – Inovação tecnológica: propostas 2, 3, 5, 6 e 7, que abordam o uso de drones na identificação de irregularidades; a criação de uma plataforma para regulamentar critérios mínimos de elaboração e desenvolvimento de bons projetos; a geração automática de código QR para ART registrada que possa ser anexado à placa de obra; a implantação de um ecossistema de inovação com o Confea para entidades de classe, administração pública e profissionais; e a elaboração de políticas públicas para ampliação de investimentos em pesquisa, inovação e ciência, especialmente para a nanotecnologia na agricultura.
Eixo 2 – Infraestrutura: propostas 8, 9, 10, 11 e 12 destacam o incentivo aos planos de saneamento urbano e rural na criação de usinas de tratamento de resíduos sólidos e de reaproveitamento de resíduos naturais; a criação de mecanismos legais para desenvolvimento, manutenção e limpeza em barramentos para a reserva de água potável; as comissões para participação em estudos de planos de ampliação e renovação da malha ferroviária nacional como forma de incentivar as estratégias de financiamento e as parcerias público e privadas; o estabelecimento de atos legais que incluam a participação integrada da sociedade nos conselhos e entidades representativas; e as comissões para viabilização de soluções regionalizadas de tratamento de resíduos.
Eixo 3 – Atuação profissional: propostas 17, 21, 22 e 28, que discorrem sobre a atuação juntos aos órgãos públicos para representação da classe em pastas municipais, estaduais e federais; a isenção da anuidade à empresa ou ao profissional (quando único sócio ou único responsável técnico) ou concessão de desconto nestes casos; o estabelecimento de exame de avaliação para novos profissionais; e a criação de mecanismo que estabeleça que somente engenheiros sejam nomeados peritos para atuação em processos que envolvam a área. Um empate técnico entre as propostas 19 (que prevê alterações no art. 2º da Resolução Confea 397/1995) e 23 (que dispõe sobre a garantia da formação técnica de agente público responsável por análise, fiscalização e controle de atividades e projetos) será avaliado em reunião pela COR para decisão de qual deve seguir para o 11º CNP.
“É a política pública que vai nortear o nosso futuro. Discutimos aqui as ações em prol de toda a sociedade, com a mola propulsora das Engenharias, Agronomia e Geociências”, comentou o coordenador da COR, Eng. Alexander Ramos.
Quem levará e defenderá a contribuição paulista em outubro, na fase nacional, são os 44 delegados eleitos. “O Congresso é o lugar para nós, profissionais, termos nossas ideias ouvidas e acolhidas junto ao Confea. Quanto mais estivermos unidos em um mesmo objetivo é que conseguiremos melhorar nosso sistema”, disse a presidente da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Serra Negra (AEASN), Eng. Civ. Amanda Mitestainer, também delegada eleita.
Sinergia
O Eng. Amb. Renato Muzzolon Jr, gerente de Relações Institucionais do Conselho Federal, ministrou palestra sobre a evolução do Congresso Nacional de Profissionais ao longo dos anos e comentou a importância de São Paulo nesse contexto. “São Paulo, além de ser referência para os outros Creas, foi pioneiro nas ações dos Congressos. Tudo começou aqui em 1993, em Águas de Lindoia”, afirmou.
Segundo o engenheiro, até o 8º CNP as discussões eram concentradas nas questões de atribuição e sombreamento profissional. Na 9ª edição, quando passa a haver uma melhor governança e gestão pública, as propostas foram mudando. “Foi então que colocamos também todos os andamentos no portal do CNP, pois a partir do momento que a gente dá transparência, a gente ganha qualidade e efetividade”, defendeu.
O superintendente de Colegiados do Crea-SP, Eng. Gumercindo Ferreira da Silva, completou: “essa é a sinergia que temos com o Confea. A gente tem falado aqui sobre estar inserido na política pública como forma de alcançar o melhor desempenho de nossas cidades, estado e país e isso não é de hoje”, finalizou.